Em entrevista à GE.net ,
Capitão destacou o trabalho de Jorginho, seu ex-companheiro dentro de
campo tanto na Portuguesa. no início de carreira, como na Portuguesa
Santista, quando ambos já era veteranos. "Desde a época de jogador, ele
demonstrava talento para ser treinador. Era um jogador positivo para a equipe".
Sobre
o futuro do atual grupo da Lusa, Capitão espera que os maiores talentos
tenham a calma necessária para decidir sobre futuras transferências.
Ele considera justo o sonho de alguns em atuar por clubes como
Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos, mas clama por respeito à
Portuguesa.
Aliás, Capitão não se arrepende por ter permanecido
no Canindé durante uma década e fala com orgulho sobre a ligação com o
clube. "Nunca consegui tirar a imagem de jogador da Portuguesa. Virou
um sobrenome. Mesmo em outros clubes, as pessoas me viam e falavam:
olha lá o Capitão da Portuguesa", encerra o ex-volante, que deixou
recentemente o comando da equipe sub-15 da Lusa porque seus filhos
passaram a integrar o elenco. Foi uma prova de respeito ao "time do
coração".
Veja a entrevista exclusiva com o ídolo Capitão:
GE.net - Como você viu a campanha da Portuguesa?
GE.net - Como você viu a campanha da Portuguesa?
Capitão: Precisamos dar os parabéns para a Portuguesa, foi uma ótima campanha, que começou pela chegada do Jorginho. Nós jogamos juntos, agora ele mostrou ser um treinador com capacidade, muito inteligente, que contou com o trabalho de uma ótima comissão técnica. O elenco é muito bom, com muita técnica, força e garra. Sempre mesclou jogadores com habilidades, força e técnica, mesmo sem um nome de desequilíbrio como era o Dener.
GE.net - Então, na sua visão, o conjunto fez a diferença nesta caminhada da Portuguesa?
Capitão: Foi
um elenco muito unido, isso faz a diferença. Claro que há alguns
destaques como o Ananias, o Edno, um jogador que o clube não tinha
fazia tempo. Mas o conjunto fez a diferença. Um jogador sozinho não
consegue resolver nada sozinho.
GE.net - Você lembrou que
jogou com o Jorginho. Ele demonstrava desde a época de atleta esse
talento em seguir a carreira de técnico?
Capitão: Demonstrava, sim. Ele orientava bastante dentro de campo, tinha uma visão diferente. Era um jogador positivo para a equipe, corria junto com todo mundo. Era como um Rogério Ceni no São Paulo, aquele cara que ajuda a organizar, faz o trabalho de treinador dentro de campo. Depois, ainda jogamos juntos na Portuguesa Santista. Ele sempre demonstrou essa tendência, não foi novidade alcançar bons resultados, desde a época do Palmeiras está indo muito bem.
GE.net - Hoje vemos muitos jogadores
jovens na Portuguesa. Você os aconselha a buscar clubes como
Corinthians, Palmeiras, São Paulo ou Santos?
Capitão: Olha, aqueles que têm o desejo de jogar em outros clubes devem manter o seu sonho. Eu também tinha. Significa que você carrega um objetivo. Não que a Portuguesa seja inferior, mas você deve ter sempre o desejo de buscar outras metas, não pode acomodar. Eu tratava todo jogo como se fosse o meu primeiro na carreira. O principal é manter o respeito com a Portuguesa. Para jogar em Corinthians ou São Paulo, você tem que passar primeiro pela Portuguesa.
GE.net - Você se arrependeu de ter ficado tanto tempo na Portuguesa?
Capitão:
Gazeta Press
Símbolo, ex-volante Capitão levantou com a camisa da Portuguesa a taça do Torneio Início de 1996
GE.net - Em uma recente palestra em São Paulo, o presidente Manuel da Lupa chegou a dizer que o torcedor da Portuguesa cobra muito, mas é mais Fiel que o do Corinthians. O que acha disso?
Capitão: O torcedor da Portuguesa cobra muito, faz muito barulho. Agora é uma chance de o clube ganhar mais fãs porque está em evidência, aparece mais na televisão, está mais em jornais, as cores do clube são mais conhecidas. Acho que conquistamos torcedores em 1995 e 1996, agora será a mesma coisa. Eu falo que alguns males surgem para o bem. A Portuguesa caiu para a segunda divisão e agora está para conquistar um título. O título sonhado pelo torcedor está realizado. Não interessa ser da primeira ou da segunda divisão.
GE.net - Nesta
campanha vencedora da Lusa, o Guilherme tem sido uma das estrelas, um
jogador que atua na mesma função que foi a sua. Como você define esse
atleta?
Capitão: É um volante que sabe
jogar, bate bem na bola, tem visão de jogo e desarma bem. A gente está
sempre batendo papo, é um menino da base. É um volante diferenciado,
nós vamos ouvir falar muito dele. Tem uma cabeça boa, juízo, é humilde,
não pensa em bagunça. Por isso, ele está vencendo na profissão.
GE.net - Falando um pouco sobre o passado, aquele título de 1996 ainda tira o seu sono?
Capitão:
Às vezes, eu comento com alguns, talvez se tivéssemos sido campeões não
se falaria tanto daquele jogo. Eu acho o vice tão importante quanto
aquele que ganha o primeiro lugar. As duas melhores equipes chegaram
àquela final de 1996. Você fica triste pela derrota, mas a Portuguesa é
reconhecida por outros torcedores, apresentou um grande elenco,
revelamos grandes jogadores como o Zé Roberto, o Zé Maria, o César, o
Emerson.
GE.net - O próprio marketing da Portuguesa diz que a missão do clube é resgatar a imagem de primeira divisão. Você concorda?
Capitão:
Eu acho que a Portuguesa já recuperou essa imagem de primeira divisão,
manteve a regularidade na Série B, não oscilou, não foi insegura, está
ganhando o título com uma grande diferença. Agora é focar no Paulista e
no Brasileiro do ano que vem, precisa ficar entre os melhores, não
sofrer com o risco de rebaixamento para não trazer insegurança ou uma
sobrecarga nos atletas.
Gazeta Press
Capitão está na história da Portuguesa
GE.net - Mesmo jogando em times como São Paulo e Grêmio, sua imagem está ligada com a Portuguesa, não tem como fugir.
Capitão: Você acaba virando um torcedor, joguei dez anos, foi uma temporada longa, tive sucesso. Depois, fui atuar no São Paulo e no Grêmio e não consegui tirar a imagem de jogador da Portuguesa. Virou um sobrenome. As pessoas me viam e falavam sempre: 'olha lá o Capitão da Portuguesa'.
GE.net - E como está a sua vida hoje?
Capitão: Eu
dirigi até abril o time sub-15 da Portuguesa, mas acabei saindo por um
conflito de interesses. Meus filhos gêmeos, o Lucas (lateral esquerdo)
e Mateus Ribeiro (lateral direito) subiram para essa categoria, eu
considerei que poderia haver problemas no trabalho, até com pais de
outros atletas. Antes da minha saída, nós havíamos sido campeões de um
torneio, a Copa Tupi. O pessoal da Portuguesa até me convidou para
assumir o sub-16, mas logo teríamos o mesmo problema. Agora, espero uma
nova chance para ser técnico e seguir o caminho de outros ex-jogadores.
GE.net - E você mantém contato constante com o pessoal da Portuguesa?
Capitão: Sim,
estou sempre lá no Canindé, praticamente todos os dias. As portas do
clube estão abertas para mim. O próprio Jorginho fala que posso ir
quando quiser.
Fonte: Gazeta Esportiva
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